VOCÊ JÁ PAROU PARA AFINAR O SEU HUMOR HOJE?
Por Carlos Correia Santos - Educador e Terapeuta
Vamos de MusicoAnima. Sim. Aspectos do universo da música que podem ser pareados à ânima humana. Você sabe que o som tem freqüência, não sabe? Numa tradução bem simples de ser entendida, o som tem uma gama de propagação que gera gradações específicas. A freqüência na qual os instrumentos eram afinados na antiguidade, de modo geral, era a de 432hz. De modo geral, porque, em verdade, havia muitas freqüências de afinação. Não havia intercomunicação global nos tempos idos. Não se exigia um som instrumental uníssono, padrão. Ao lado dessa premissa, o mundo não tinha tantos ruídos como temos hoje e o ouvido humano se satisfazia com gradações despadronizadas.
A revolução industrial trouxe evoluções tecnológicas, dramas sociais e... barulhos. Muitos barulhos. O mover das máquinas, o ruir dos equipamentos, o vibrar das novas criações humanas. Até a luz elétrica tem emanação ruidosa. O que acontece é que nossa audição já se habituou de tal modo a isso que simplesmente ignora hoje em dia a o chiar luminoso.
Em meio a tudo isso, a indústria fonográfica reconvencionou a freqüência de afinação instrumental. Passou a ser de 440hz. O intuito é o da padronização. Há muitas teorias polêmicas sobre essa questão . Mas, como no presente texto o intuito de discussão não é esse, deixo esse debate para outro momento.
Sigamos ao foco do que pretendo propor.
Dentro do princípio que chamo de MusicoAnima, temos cada um de nós nossas freqüências também. E nossas ânimas expressam nossas gamas frequenciais por meio daquilo que chamamos de humor. Nossa propagação humoral é o que cria parâmetros para as músicas dos nossos comportamentos diários.
Nesse sentido, fica fácil entender que é possível haver choques freqüênciais entre as pessoas. A minha freqüência pode não se harmonizar com a tua. O meu humor pode não conseguir se correlacionar com o teu. De modo geral, temos sido acostumados a literalmente não dar ouvidos a isso. E vamos forçando cruzamentos frequenciais que desafinam relações.
O humor humano precisa ser afinado. E como isso é feito? Busquemos de novo o exemplo musical. De que modo afino meu violino? Equiparando o som dele ao de um violino satisfatoriamente pré-afinado. Com que então concluímos que, para afinar bem o meu humor, é ideal que eu me aproxime de um outro humor satisfatoriamente afinado. Se eu me mantenho ao lado de pessoas com freqüências desalinhadas, a minha frequencia se desalinha.
E que fique evidente aqui uma coisa: quando falo de frequencia desalinhada, eu não estou falando de estado emocional. Uma pessoa triste não é necessariamente uma pessoa com o humor desafinado. É uma pessoa com o estado emocional desalinhado. Sua frequencia humana pode ser excelente, da mais nobre notação. No entanto, mesmo com frequencia anímica boa, a orquestração social ou timbres pessoais provocam barulhos na psique. O estado emocional da tristeza pode ser, na verdade, um ruído tangencial.
Digo isso porque é leviana a afirmação de que para estar bem eu só devo ter no meu entorno gente sorridente. Tem muita gente que se diz feliz, que está por ai sorrindo pseudo sinfonias, mas tem frequencia humoral completamente instável. A frequencia humoral é um aspecto bem mais profundo.
Assim sendo, afine seu humor pareando-o com humores positivos, mesmo que sejam de pessoas entristecidas. Disso surtirá , aliás, uma retroafinação que, inclusive, melhorará o estado emocional de quem precisa melhorar seu estado emocional .
Entenda que somos todos música também.
E aí? Você já parou para afinar o seu humor hoje?
OUÇA TAMBÉM ESSE TEXTO NO PODCAST DE CARLOS CORREIA SANTOS
https://anchor.fm/carlos-correia-santos/episodes/VOC-J-PAROU-PARA-AFINAR-O-SEU-HUMOR-HOJE-ehghlk
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Carlos Correia
Santos é Psicopedagogo e Musicoterapeuta, especialista em Educação Inclusiva,
especialista em Autismo, especialista em Saúde Mental, especialista em EDucação
Musical e Ensino de Artes, Psicanalista em formação, pós-graduando em TGD -
Transtornos Globais do Desenvolvimento e em Neuropedagogia.
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